novembro 01, 2012

DO QUERER INFINITO
AO INFINITO DE SER


Quero a infinidade das coisas
e as coisas infinitas
bordejadas de impossíveis
metas inexequíveis
de alcançar

Quero todas as sensações
aflorando a minha pele
até as malditas
aquelas que ninguém quer
que doem só por doer

Quero colher e provar do próprio fel
ter aquele gosto acre na boca
e aquela veleidade
que faz de mim uma saudável louca
dementemente insana mas ainda assim
viva e respirante

Quero sentir a saudade
latejar-me nas têmporas
quero a exiguidade do momento
que se sabe efémero mas tão apetecido
quero manhãs de esperança
e noites de desespero
quero avessos e direitos
lençóis desfeitos
seja de amor
ou de uma qualquer dor
que de tão afoita e pungente
não caiba em si de contente
e resolva me massacrar

Quero a imperfeição do absoluto
o absurdo que se apoia no ilógico
que trespassa a imaginação
que nos perpassa enviezando
a nossa forma de sentir
e nos faz duvidar
se devemos chorar ou sorrir

Quero tantas coisas que não sei explicar
nem por onde começar...

Mas começo pelo mais simples:
quero um abraço teu!
um abraço que me conforte
e me faça esquecer
que lá fora a morte morde
quem ousa enfrentá-la
e desafiá-la
é uma coisa que só os loucos conseguem
..aqueles saudavelmente loucos como eu
que apesar de tudo ainda ousam amar
e olhar o céu...
mesmo cravejado de nuvens
e ameaçando desabar sobre as nossas cabeças!...

(São Reis)

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