NÃO SE ANULE
Não salte dessa janela, meu poema,
resista.
Não mergulhe nesse tacho
de banha velha já tão podre.
Não se mate
Nessa corda cheia de nós
nessa merda sem vida.
Se mate, salte, mergulhe
se isso construir, destruir.
Seja teimoso e continue.
Não fale sozinho, fale.
Não se anule.
Não quero regras
para teu bote de tinta
e fala,
quero a tua voz
com tom de explosão nova,
como soco na cara.
(É preciso agora e aqui
não se atirar
nessa lama em coma.)
Olhe atento para o lado
depois olhe de cima
depois mergulhe
com fibra e olhos abertos
persistência de pulso pulsando
preparado para tiro na cara
faca que fura pulmão fácil
riso de não, sarcasmo portátil.
Meu poema
eu quero que você
resista!
(Marco Prado)
Um dedo de prosa
-
Fui selecionada, ao lado de vários escritores e escritoras, para integrar o
projeto "Um dedo de prosa".
Um dedo de prosa promove uma conversa ent...
Há 4 semanas
1 comentários:
Marcos Prado de Oliveira - Foi um poeta, músico, ator, jornalista e agitador cultural brasileiro.
Personalidade extremamente vigorosa e carismática, que à sua volta agregou um time excepcional de criadores. Dono de uma extensa cultura artística em geral que com seus parceiros compartilhava, dedicava-se com paixão ao trabalho de recuperação da cultura popular brasileira, especialmente a música dos anos 30 e 40.
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Minha homenagem a todos, que como eu, querem "ser" poesia LIVRE.
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